Seu navegador não supoerta scripts

Busca

 

Artigos

 



Catálogo de Produtos Inclusivos

 

Acompanhe-nos

Facebook   Facebook

 

 

Em Arquitetura Inclusiva (veja mais 56 artigos nesta área)

por Arq. Dra. Sandra Perito

A arquitetura como instrumento de inclusão social



Os progressos da medicina têm permitido que cada vez mais pessoas tenham a vida prolongada, acarretando uma profunda mudança no perfil demográfico da sociedade brasileira: pessoas idosas representam, hoje, uma significativa parcela da população.

Todavia, mesmo com todo o desenvolvimento tecnológico, dificilmente se poderá acabar com todas as disfunções orgânicas decorrentes do envelhecimento.

Com o avançar da idade, o tempo de permanência e uso da habitação tornam-se cada vez mais intensos; ao mesmo tempo, as pessoas mais velhas continuam tendo a necessidade de participar em convívio social a que estão habituadas. Seu isolamento, sob qualquer ótica, é pernicioso, sendo responsável, muitas vezes, por quadros de depressão, desesperança e dependência facilmente verificáveis em núcleos destinados a abrigar idosos.

O desejo máximo do brasileiro está na aquisição da casa própria, bem maior que as pessoas almejam e, na grande parte dos casos, o de maior valor que adquirem ao longo da vida.

Em vista disso, é o bem que requer mais tempo e esforço para ser adquirido e, portanto, a satisfação com esse “produto” deveria ser total. Porém, não é assim que acontece, na grande maioria das vezes essa aquisição é baseada no custo, ficando os aspectos de qualidade, durabilidade, adequabilidade e conforto relegados a segundo plano.

É característica do brasileiro considerar a casa para a vida toda, principalmente entre os idosos, que têm pouca opção de mudança. A idade avançada traz consigo um vínculo muito forte com a moradia, principalmente quando não se tem perspectiva de aquisição de outro imóvel.

No Brasil, país com sérios problemas de distribuição de renda, a maioria da população tem baixos rendimentos, o que gera uma violência urbana bastante acentuada. As classes sociais mais baixas são as maiores vítimas dessa violência que, muitas vezes, resulta em limitações físicas graves, principalmente nos adolescentes e jovens adultos. Também as classes menos favorecidas têm baixíssima mobilidade residencial e, após a conquista da casa própria, se ela ocorre, é nela que viverão o resto da vida, quaisquer que sejam as circunstâncias.

As políticas nacionais de financiamento de moradia, geralmente de longos prazos e com contratos de difícil transferência, também influenciam na permanência prolongada na mesma habitação, fixando os indivíduos aos imóveis por muitos anos.

A habitação, nos moldes tradicionais, não considera as alterações que podem ocorrer ao longo da vida do homem, o que pode gerar um descompasso no seu uso. Projetos habitacionais geralmente não abordam, de forma sistemática, o uso futuro pelos moradores.

A estrutura da sociedade é um fluxo em constante mudança. O que se espera de uma casa hoje é diferente do que se esperava há cinqüenta anos atrás. Atualmente as pessoas buscam maior flexibilidade e capacidade do ambiente em adaptar-se às condições que se alteram, como uma mudança na estrutura familiar, uma deficiência temporária ou permanente, uma limitação do usuário do ambiente construído.

O crescente déficit habitacional brasileiro é uma realidade indiscutível bem como o envelhecimento da população. É necessário que os órgãos competentes continuem fomentando e aprimorando soluções e leis habitacionais, mas é também indispensável que a classe técnica não se omita no sentido de propor soluções adequadas, dignas e economicamente viáveis para as moradias, considerando todo o ciclo de vida dos usuários. Os novos programas habitacionais devem se adequar a essa nova realidade.

Uma arquitetura inclusiva garante ambientes apropriados, não só para idosos ou pessoas portadoras de deficiência, mas para todos.

Quando se planeja um empreendimento, a questão do custo da construção é inevitável. Todavia, projetar incorporando características universais ou adaptáveis ao conceito de projeto, desde o início, normalmente gera pouco custo adicional à obra, por permitir que especificidades sejam adicionadas apenas quando necessárias.

Além disso, todos os custos devem ser considerados: econômicos, estéticos, funcionais e humanos, além do custo social de se ignorar grande e importante parcela da população, os baixa renda e os idosos.

Os projetos de habitação devem caminhar em direção a uma arquitetura universal, preocupada com o futuro e o bem-estar do usuário, e que se adapte às mudanças decorrentes do passar dos anos.

Se aplicadas desde o projeto, a acessibilidade e a adaptabilidade não serão escondidas e nem caras, e seus aspectos estarão fundidos no conceito arquitetônico do edifício.

Projetos residenciais adaptáveis, que considerem as mudanças fisiológicas, físicas, sensoriais e psíquicas do homem, em todas as fases da vida, produzem boas soluções ambientais, livres de estereótipos e capazes de aumentar a autonomia e independência do usuário.

E os arquitetos devem estar atentos à sua responsabilidade social, propondo edificações que considerem a diversidade humana e que garantam melhor qualidade de vida a todas as pessoas.

Comentários

Mais artigos

Conheça os 8 itens para uma edificação ser acessível no Brasil

Tecnologias para usar em projetos de arquitetura sustentável

Recomendações básicas (e necessárias) para projetar habitações acessíveis

Arquitetura inclusiva: Como garantir mais conforto e segurança aos seus projetos

6 passos para garantir a acessibilidade na arquitetura

Acessibilidade na construção: Saiba as normas de acessibilidade de uma obra

Arquitetura inclusiva – residencial

A importância de Acessibilidade

O que é arquitetura acessível e o conceito de desenho universal?

A arquitetura inclusiva é a arquitetura que respeita a diversidade humana e gera acessibilidade para todos

Os pré-requisitos da arquitetura universal

Projetando a melhor idade

Arquitetura inclusiva, Desenho universal é a palavra-chave para alcançar a acessibilidade

Leis de acessibilidade e desenho universal

Acessibilidade, um direito de todos.

Acessibilidade, é direito de todos!

Espaços edificados para o idoso: condições de conforto.

Decore a casa para os idosos

Quarto para idosos

Arquitetura Inclusiva – Uma nova cultura

Como Adaptar a Casa Para Idosos?

Arquitetura Inclusiva e seus desafios

Aplicação do Desenho Universal no Visual Merchandising

Arquitetura Inclusiva e Desenho Universal: Qual seu valor de mercado?

Banheiros mais funcionais revelam adaptações com sutileza e elegância

Desenho universal para moradia popular

Acessibilidade e a visão do futuro

Calçadas e acessibilidade

Design Inclusivo: Benefício para todos

Idosos transformam o mercado imobiliário

Incentivo X Proibição das portas de 60 e 70 cm

Casa para a vida toda? Para todos?

Acessibilidade universal

Idosos : Conforto e autonomia em casa!

Projeto inclusivo de verdade

Arquitetura inclusiva : Casa para o idoso.

A arquitetura como instrumento de inclusão social

Crise? Momento ideal para novos mercados, novos desafios. Para os profissionais e para a indústria.

Projeto piloto comprova viabilidade econômica da casa universal

Serviço online permite que cegos naveguem na Internet de qualquer computador

Espaços Sentidos Universais

Ergonomia é fundamental em respeito ao cliente!

Projeto obriga construção de apartamentos para deficientes

Piso Tátil por quê?

A Igualdade Começa pelo Planejamento da Cidade

Projeto de sistema estrutural de orientação urbana para deficientes visuais

Joystick virtual substitui mouse por comandos de voz

Conheça o primeiro projeto com aplicação do Universal Design lançado no Brasil

Acessibilidade e a Visão do Futuro

Programa transforma voz em linguagem de sinais

Desenho Universal: reflexão e ação repercute no meio

Universal Design na Arquitetura

Desenho Universal: reflexão e ação

Moradias do futuro aliam conforto, segurança e também acessibilidade

Acessibilidade e sua importância nos projetos de hoje e do futuro

Design Universal na Arquitetura

Porta que otimiza espaço