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Em Exercício Profissional (veja mais 144 artigos nesta área)

por Eng. Ênio Padilha

O exercicio profissional e a sustentabilidade das profissões: uma abordagem mercadológica - 3ª parte



A sustentabilidade da Marca Engenharia (ou “Arquitetura” ou “Agronomia”) está ligada ao comportamento dos seus praticantes. Nessa terceira parte vamos analisar algumas ações que têm maior relevância para esse processo:

Agir com Ética, seja qual for a circunstância:

Não vamos fazer aqui um tratado sobre ética. Já existe muita coisa escrita sobre o assunto. Muitos ensaios publicados, livros, dissertações, teses... Os eventuais problemas de ética profissional que ainda são identificados decorrem muito menos da falta de conhecimento ou de entendimento do tema e sim de desvios imperdoáveis de caráter.

O Código de Ética Profissional da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia, com seus 82 artigos, é muito claro e dispensaria maiores detalhamentos. Ainda assim, dois importantes pensadores do sistema profissional se debruçaram sobre o código e, em 2003, publicaram o “Código de Ética Profissional Comentado”, uma leitura que eu recomendo para os que tiverem mais interesse em se inteirar sobre o tema.

Profissionais sem ética podem, eventualmente, obter alguma vantagem, aqui ou ali. Mas são nocivos à categoria profissional. Constituem uma praga que mina e contamina o conjunto dos profissionais e deteriora o valor da marca.

Investir recursos na manutenção da competência:

A Professora Maria Teresa Padilha, de Lisboa, Portugal, tem uma frase que eu considero digna de registro: ela afirma que “o primeiro e mais importante compromisso que um profissional tem com a ética profissional é ser competente!” Isso tem tudo a ver com o conceito de construção coletiva da percepção da sociedade em relação à Profissão e da responsabilidade individual de cada profissional sobre o resultado final.

O seu título profissional de Engenheiro (ou Arquiteto ou Agrônomo) agrega-se às suas características pessoais e passa a fazer parte da sua imagem pública. As pessoas interessam-se pelo desempenho profissional e utilizam essa percepção para ampliar a avaliação pessoal que fazem do indivíduo. Mas não fica só nisso. As pessoas tendem a fazer uma generalização da avaliação do desempenho profissional do indivíduo para toda a categoria.

Assim, se um engenheiro faz alguma coisa bem feita ele é bem avaliado, o que é bom. Mas essa avaliação não é apenas individual. Ela é expandida para o coletivo.Qualquer característica, positiva ou negativa, de um indivíduo (profissional) ecoa na categoria como um todo indivisível.

Os cursos universitários de Arquitetura, de Agronomia e de Engenharia dão ao profissional recém-formado um conjunto de conhecimentos e habilidades que o qualifica para iniciar sua carreira. Todos concordam que, nos primeiros anos após a formatura, é necessário ampliar esses conhecimentos e habilidades através de mais estudos e da obtenção de experiência profissional.

Por isso, praticamente todo profissional recém-formado se dedica ao estudo com muito empenho e entusiasmo, nos dois ou três anos que sucedem à formação universitária. O que pouca gente se dá conta, porém, é que esse processo não deve ser encerrado depois de dois ou três anos. Quem escolhe uma profissão cujo resultado tem um componente intelectual tão intenso como é o caso da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, tem de ter consciência de que “casou com os livros”.

Vai continuar estudando pelo resto da vida. Precisa se manter atualizado. Precisa assinar revistas técnicas, manter uma biblioteca atualizada, participar de cursos, seminários, simpósios e congressos da sua especialidade, visitar feiras, fazer viagens de estudo...

Isto não acaba quando você se forma. É o processo permanente de manutenção da competência profissional. Estudar, estudar e estudar. É isto o que distingue os grandes profissionais daqueles que engrossam as estatísticas dos profissionais “maisomenos”.

Envolver-se nas atividades das organizações profissionais:

Ninguém questiona o fato de que a valorização profissional e o engrandecimento da marca profissional no mercado passa pelo fortalecimento das Entidades de Classe. Mas o que é uma Entidade de Classe Forte? Se um dirigente pretende fortalecer as entidades de classe, como podemos avaliar o seu desempenho nessa missão? E por que existe esse consenso de que Entidade de Classe Forte é igual à profissão forte e valorizada?

Vamos por partes. E começamos pela última questão: Entidades de Classe são organizações que, geralmente, são bem acolhidas pela sociedade. Em geral, são vistas como uma manifestação coletiva dos indivíduos que a compõem. Uma espécie de representante do pensamento do grupo na sociedade. Por serem organizações que brotam de dentro pra fora (e de baixo pra cima, fruto da vontade de seus integrantes originais) são, geralmente, consideradas mais legítimas do que organizações que existem para dar suporte a determinações legais (como os conselhos e sindicatos).

Em outras palavras, as entidades de classe são a parte, digamos assim, pura, das organizações do sistema. Ou, pelo menos, é assim que são vistas pela sociedade. Se elas forem fortes e determinantes a profissão que ela representa tende a ser considerado forte e determinante também.

E o que é ser uma entidade forte e determinante? É ser percebida, pela sociedade, como uma instituição que precisa ser ouvida e respeitada nas questões que envolvem o objeto da profissão representada. Se, numa determinada cidade, a prefeitura promove uma discussão sobre saúde pública e dela não participa, de forma determinante, a Associação Médica local, podemos ter certeza de que essa entidade de classe não é forte. Da mesma forma, uma Entidade de Classe de Engenharia, de Arquitetura ou de Agronomia, para ser considerada forte, precisa estar presente, de forma determinante, em todas as discussões da região que envolvem os objetos de interesse dessas profissões (isto significa praticamente toda a atividade social da região).

Por isso, ser presidente, membro da diretoria ou participante ativo da sua entidade de classe é tão interessante e constitui uma contribuição tão relevante para o engrandecimento da categoria e a valorização profissional. Participar da Entidade de Classe e trabalhar pelo seu funcionamento e crescimento, tarefa que geralmente consome tempo e energia sem nenhuma contrapartida direta é um gesto de desprendimento que caracteriza os profissionais que desejam verdadeiramente que a profissão seja valorizada e que a marca profissional permaneça viva (e forte) na mente das pessoas.

Trocar informações profissionais com os colegas sem objetivar vantagens pessoais:

Como foi visto acima, bons profissionais investem seus recursos (tempo, energia, dinheiro...) na manutenção dos seus conhecimentos e habilidades, visando permanecer na zona de competência que engrandeça a sua marca profissional. Mas nem todos fazem isto, o que significa que isolar-se num padrão de competência excepcional parece ser a conquista de um diferencial competitivo muito interessante.

Porém, quando avaliamos a questão com visão de longo prazo e sob a ótica da valorização profissional percebemos que este não parece ser o caminho. Do ponto de vista do marketing o melhor que pode acontecer a uma marca é expandir seu mercado para um contingente cada vez maior. Quanto mais gente disposta a comprar os produtos de uma determinada marca mais estável esse mercado se torna e mais confortável é a vida de todos os competidores.

Portanto, estrategicamente não é um bom negócio “esconder o jogo” ou dificultar aos nossos colegas o acesso aos conhecimentos que adquirimos ou desenvolvemos. Devemos partir do princípio que o mercado da Arquitetura, da Engenharia ou da Agronomia será melhor (mais interessante) se houver um número cada vez maior de praticantes competentes e capazes, pois isso provocará o crescimento do número de clientes com melhor capacidade de julgamento e, consequentemente, maior disposição para remunerar adequadamente esse trabalho.

Há algum tempo conversei com um colega engenheiro sobre um livro de gestão de negócios que eu havia recomendado a ele. Ele se mostrou muito satisfeito. Disse que havia gostado muito da leitura e que até havia aplicado (com resultados positivos) no seu próprio escritório.

Eu perguntei se ele havia recomendado o livro aos colegas da Associação de Engenheiros (ele faz parte da diretoria da entidade). Ele me olhou com cara de espanto e falou com a maior simplicidade: “Claro que não! Essas coisas a gente guarda só pra gente! Não vou ficar entregando o ouro pro bandido, né?” Não me contive (raramente me contenho, nessas situações). Passei-lhe um sermão. Onde já se viu achar que o concorrente é inimigo ou que privá-lo de informações dessa natureza é uma estratégia inteligente? É preciso ser generoso no intercâmbio de idéias e informações. “Ah, mas eles também, quando têm alguma informação interessante não passam pra gente!”. E por acaso eles estão certos? Estão construindo uma engenharia melhor com esse tipo de atitude? Estão se preocupando com a sustentabilidade da profissão ou apenas com a sua própria sobrevivência?

O engrandecimento coletivo da categoria é muito mais importante do que o enriquecimento individual, ainda que este conceito não pareça tão óbvio. O indivíduo é sempre muito vulnerável quando isolado. Neste sentido, ainda que haja riscos, é necessário fortalecer o grupo, fornecendo-lhe elementos que propiciem o enriquecimento. A concessão de informações (que, como já foi visto, é um bem valioso), deve ser uma prática estimulada pelas entidades de classe e pelos profissionais individualmente (especialmente aqueles que fazem parte das lideranças profissionais)

Tenho a impressão de que as minhas palavras não tiveram efeito no meu colega. Mas eu tentei.

Outras atitudes necessárias para o desenvolvimento do profissional, estaremos analisando nos próximos artigos.




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