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Em Gerenciamento e Administração de Obras (veja mais 64 artigos nesta área)

por José Roberto Bernasconi

A crise da engenharia de projetos no Brasil



A arquitetura e a engenharia de projetos enfrentam um grande desafio. A sobrevivência da atividade, das empresas do setor e, portanto, do conhecimento acumulado em décadas está em risco, e as principais causas dessa ameaça são externas ao segmento.

As duas atividades são responsáveis pela concepção e pelo dimensionamento de qualquer empreendimento. Elas originam o “genoma” de uma obra, definem o seu “DNA” e, portanto, a qualidade dos empreendimentos públicos e privados. A lógica é direta: não há boa obra sem um bom projeto. U projeto para poder ser chamado de bom deve ser completo, trazer todas as soluções técnicas e quantitativas, os custos, o cronograma e prazo de uma obra.

O item projetos representa um custo de, em média, 5% do investimento total do empreendimento, mas permite ao contratante saber todos os passos do que será executado. Dessa forma, pode ser um importante instrumento de aferição e controle de preços e, portanto, uma solução para se mitigar o surgimento de obras fraudulentas e corruptas, podendo ser comparado a uma “vacina anticorrupção”.

Entretanto, assim como não se escolhe tratamento médico para doenças graves por seu custo, um bom projeto não pode ser contratado se avaliado simplesmente pela ótica do menor preço ou tempo de elaboração. Em países desenvolvidos, o desenvolvimento dos projetos de empreendimento públicos e privados de grande porte pode demorar mais de dois anos e são invariavelmente investimentos bem-sucedidos.

No Brasil, infelizmente, por uma série de motivos que incluem falta de conhecimento – às vezes aliada a interesses escusos – dos gestores públicos e privados, os projetos têm sido contratados pelo menor preço, por pregão ou leilão. Os resultados aparecem nitidamente como nas recentes operações da Polícia Federal.

As obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, foram contratadas sem que houvesse sequer projeto básico e, obviamente, sem projeto executivo completo. Não havia, portanto, assertiva referência de custo. Em 2005, o custo inicial dessa refinaria era estimado em US$ 2,5 bilhões; hoje está previsto em US$ 18 bilhões. Os céticos podem argumentar que os malfeitos e ilícitos seriam praticados mesmo com bons projetos. É possível, mas bons projetos representariam obstáculos formidáveis a essas práticas.

O setor de projetos brasileiro passa por grave crise, no mínimo equivalente às piores da chamada “década perdida” dos anos 1980. Trabalhos executados não estão sendo pagos e muitas empresas estão fechando por absoluta impossibilidade de continuar as atividades ou estão sendo compradas por concorrentes estrangeiros, lastreados em capital abundante e em moeda forte que estão se aproveitando da fragilidade que o momento impõe.

Parte importante da inteligência brasileira em arquitetura e engenharia está sendo, literalmente, encampada por empresas estrangeiras. O País, mais uma vez, perde competitividade.

Num momento em que boa parte da sociedade brasileira clama por combater os desvios descobertos, em especial no setor de óleo e gás, com a Operação Lava Jato, talvez o principal desafio da arquitetura e da engenharia passe pelo estabelecimento de um novo consenso, que permita valorizar a atividade em seus principais elos, entre os quais o inicial é o de projetos. Para isso, é preciso mudar as práticas até aqui adotadas na contratação de obras públicas e privadas, com a valorização das atividades, em especial, da engenharia de projetos.

A boa notícia é que essa mudança não exige grandes investimentos – basta inverter a lógica seguida atualmente. Os ganhos, tanto para a cadeia produtiva da construção quanto para a sociedade, serão garantidos.


José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco - Sindicato da Arquitetura e da Engenharia



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