por Amanda Tiedt e Fabíola Cordeiro
O conceito de retrofit surgiu na Europa e nos Estados Unidos, e significa basicamente colocar o antigo em forma – retro do latim movimentar-se para trás e fit do inglês, adaptação/ajuste.
Inicialmente o significado de retrofit era mais aplicado à área da engenharia para designar o processo de modernização de máquinas e equipamentos considerados ultrapassados ou fora das normas. Entretanto, a palavra retrofit está sendo cada vez mais usado e ganha destaque no mercado da arquitetura e da construção civil, aplicado ao processo de revitalização de edifícios.

Muito além de uma simples reforma, o conceito de retrofit está ligado à preservação da memória de determinado tempo-espaço, com o reuso de uma edificação. Para isso, devem ser encontradas novas soluções para fachadas, instalações elétricas e hidráulicas, circulação, proteção contra incêndio, entre outros.
Ficou curioso? Neste nós vamos explicar melhor o que é retrofit, o que é retrofit na arquitetura, como fazer, qual o profissional habilitado para esse tipo de projeto e o que é o que é obra de retrofit.
O que é retrofit na arquitetura e o que é retrofitting
O retrofit é uma tendência também na arquitetura e no design que surgiu para solucionar um problema, que existe nos centros urbanos: o que fazer com a grande quantidade de edifícios antigos e casas históricas que estão subutilizadas, ou contam com tecnologias ultrapassadas que acabam por impossibilitar o seu uso? A partir desse questionamento e das dificuldades em encontrar espaço nos grandes centros urbanos para novas edificações, o retrofit apareceu como uma solução e já faz parte do dia a dia de profissional de arquitetos, designers, projetistas, construtores e urbanistas.
Mas afinal, o que é retrofit? É o processo de projetar e realizar renovações e adequações em edificações antigas, mantendo as características intrínsecas daquela obra, o que faz com que espaços e construções abandonadas tenham novas possibilidade de uso e ocupação, preservando o patrimônio histórico e dando vida adequadamente aos antigos espaços. Por exemplo, a adequação de um casarão histórico para ser usado como um café e restaurante, ou um edifício residencial antigo desocupado que se torna um centro de desenvolvimento de tecnologia.
O retrofit surgiu nos Estados Unidos e em países europeus pois estes foram os primeiros países a sentir o impacto das legislações que não permitem que o acervo arquitetônico de uma cidade possa ser demolido ou substituído. Sem possibilidade de demolição e com a demandas mais espaços e novas obras, a opção que restou foi restaurar as edificações existente. Atualmente, só na Europa cerca de 50% dos projetos são frutos do processo de retrofit.
Geralmente a necessidade surge quando uma edificação chega ao fim de sua vida útil, e com isso os custos de manutenção se elevam consideravelmente – pois passam a precisar de mão de obra altamente especializada e de reformas constantes. O momento do retrofit é uma oportunidade de corrigir patologias, tornar a edificação atrativa para novos usos, possibilitar instalações elétricas, luminotécnicas e hidráulicas novas e de acordo com as normas vigentes, proporcionar economia de energia, além da valorização do imóvel.
A busca pelo desenvolvimento de projetos de retrofit aumentou nos últimos anos no Brasil. Isso decorre não apenas por conta da preocupação crescente com o patrimônio histórico, mas principalmente como também por ser uma opção de conservação e melhoria do patrimônio em áreas de potencial construtivo esgotado, como as regiões centrais de alguns grandes centros urbanos. Por fim, a redução do prazo de obra e a adequação geográfica do imóvel servem de estímulo e incentivo para o retrofit.
Geralmente se opta pelo retrofit quando:
1. A recuperação do imóvel é mais barata do que o custo final de uma obra nova.
2. Se quer construir em uma região específica, e não existe mais terrenos disponíveis.
3. No caso de uma edificação histórica, essa intervenção cria condições para novas funções e facilita o seu uso.
Em qualquer uma dessas situações, o retrofit exige que se encontrem soluções integrais e integradas para as fachadas, instalações, elevadores, proteção contra incêndio e outros itens, que mesmo em uma edificação antiga devem passar a obedecer às normas vigentes.
Retrofit de fachadas
O retrofit pode representar uma alteração radical na edificação, como a colocação de estruturas metálicas ou a troca de vidros e janelas. Alterações mais simples, como a mudança da pintura ou a troca de revestimentos também podem ser consideradas no projeto de retrofit. Entretanto, o objetivo dessas intervenções é mais do que estético: além de valorizar o imóvel, o retrofit possibilita modernizações e adequações para novos usos.
Quando tratamos do retrofit de edificações históricas e tombadas pelo IPHAN ou por órgãos estaduais e municipais, essas intervenções devem ser bem criteriosas e o projeto, além de se preocupar com as adequações funcionais, deve também se preocupar com a preservação da edificação, de acordo com o seu grau de tombamento. Existem algumas edificações que tem apenas as fachadas principais tombada, e portanto precisam mais atenção no no processo de retrofit de fachada. Nestes casos a parte interna das edificações geralmente possibilita diversas mudanças e adequações.
Projeto de Retrofit
Quando falamos em arquitetura retrofit, é fundamental falar da importância e da necessidade de um arquiteto especializado para desenvolver o projeto e acompanhar a execução do mesmo. Além de conhecer as normas, o arquiteto tem o conhecimento técnico para, junto a um engenheiro de edificações, garantir alterações de adequações seguras e viáveis.
Muitas obras de retrofit acontecem por conta das antigas e inapropriadas instalações, seja a parte elétrica, luminotécnica, hidráulica, estrutural ou arquitetônica. O desenvolvimento do projeto arquitetônico de retrofit deve acontecer de forma integrada com os demais projetos e dar espaço a tecnologias mais atuais e inovadoras. A revitalização não se limita a edifícios e construções, o retrofit também pode ocorrer em grandes áreas urbanas, com o desenvolvimento de masterplans, revitalização de bairros inteiros e grandes parques.
Um projeto de retrofit pode sair mais caro do o projeto de uma edificação nova, pois exige uma grande etapa de levantamento de medidas, estudos técnicos e profissionais especializados. O orçamento da obra pode seguir o mesmo caminho, pois geralmente uma obra de retrofit exige mão-de-obra e profissionais experientes desde o planejamento até a execução, atualização de materiais e produtos, quebra-quebra ou ampliação, restauração ou substituição da alvenaria, entre outros mais processos. Quanto mais antiga a edificação, mais caro e crítico se torna o retrofit.
Obra de retrofit
Uma obra de retrofit deve buscar a eficiência e otimização do canteiro de obras, pois é muito mais difícil do que iniciar uma obra do zero e, por conta das limitações físicas da antiga estrutura.
As etapas de uma obra de retrofit geralmente são: demolição controlada, reforço na estrutura, fechamento e vedação, acabamentos, substituição e modernização da elétrica, telefonia e dados, hidráulica e ar condicionado, piso elevado (se necessário) e, por fim, os acabamentos da fachada e do paisagismo.
É importante mencionar que uma obra de retrofit também deve prezar pela otimização dos recursos e pelo reuso de tudo que já está no local da obra. Neste caso o madeiramento da estrutura e do piso do pavimento superior foi usado para a nova escada, e ficou lindo!
Retrofit iluminação
Esse projeto de arquitetura retrofit apresenta uma ótima forma de trabalhar a iluminação, de forma que não exija criar forros de gesso ou interferir muito na edificação e no projeto inicial. As calhas ou eletrocalhas permitem a passagem de cabos e fiação, além da fixação de luminárias. Essa é uma excelente dica para uma obra de retrofit, especialmente se o novo uso do espaço exigir a passagem de muitos cabos e fios, pois geralmente as edificações antigas não tem um ampla estrutura elétrica.
Fonte:homify.com.br
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