Sábado, 02 de Dezembro de 2023
Os prédios ditos "antigos" – comumente argamassados e com "massa raspada"; ou pintados com tintas à base de cimento, caiações e afins - foram os últimos a "respirar" : de fato, umedeciam, por todos os poros externos e, também, por todos eles, evaporavam de maneira uniforme e com velocidade suficiente para evitar exsudações ( evaporações ) rumo aos recintos internos.
Como aqueles edifícios exigiam lavaduras e repinturas mais freqüentes, este "incômodo" vem servindo, há décadas, como pretexto ou "gancho" para justificar os "mantos asfixiantes" que estão sendo impostos aos edifícios, notadamente com o trio de acabamentos formado por "pastilhas de porcelana" (invariavelmente assentes sem juntas de trabalho ), texturados acrílicos ("grafiattos" e assemelhados) e "granilhas" ( grãos de sílica + resina acrílica ).
De fato, os citados produtos são predominante estanques, não permitindo que chuvas infiltradas por INEVITÁVEIS E LOCALIZADAS MICROFISSURAS (geradas pela plasticidade estrutural, por arrastos em trechos elevados de fachadas e/ou em deformações lentas de primeiros pavimentos-tipo, por fissuras em encunhamentos superiores de paredes, por falta de contravergas sob janelas, por retrações de emboços, etc) sofram rápida evaporação para o exterior.
Ora, como as faces internas das paredes de fachada ( exceto banheiros e cozinhas ) oferecem baixa resistência à evaporação, não surpreende que estas sejam as mais freqüentes vítimas de danos e formações de bolores ( que costumam envolver emboços, rebocos, pinturas, guardas-de-cama, papéis de parede, espelhos, armários, sapateiras, cortinas, etc ).
Assim, o trânsito por mais de 250 laudos técnicos, com inúmeras observações em prédios atingidos por infiltrações pluviais, permite-nos afirmar: muitos proprietários de imóveis "modernos" estão gastando, com remédios para dermatites, rinites, asma e bronquites - resultantes de umedecimentos internos e fartas proliferações de fungos -, bem mais do que gastariam com periódicas repinturas de fachadas, semelhantes às praticadas pelos nossos saudosos e sensatos avozinhos...
Alem de flagrante equívoco técnico, trata-se, aqui, de um péssimo e insalubre negócio.
Já é tempo, portanto, de questionar o modismo que vem prevalecendo nas construções e vendas de apartamentos ou casas e promover uma revisão dos acabamentos prediais externos, pois o mercado dispõe, ainda, de tintas minerais e/ou à base de cimento, que evitariam as recorrentes tentativas - quase sempre frustrantes - de converter os nossos edifícios em "maçãs carameladas". É hora de tentar, pelo menos, resgatar a mínima estanqueidade pluvial, nos revestimentos já existentes, através de diagnósticos e especificações de reparos tecnicamente confiáveis, serviço só muito raramente oferecido pelas empreiteiras de reformas que hoje atuam no mercado.
O tema permite amplo debate e é muito oportuna sua inserção em todos os fóruns de debates sobre arquitetura, construção civil e administração condominial, bem como naqueles vinculados, direta ou indiretamente, à preservação da saúde comunitária.
Fonte:www.snogueira.com
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