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Sustentabilidade é uma das prioridades do IBDA , e temos a parceria com o GRUPO SUSTENTAX.
A “Sustentax – Engenharia de Sustentabilidade “ é uma empresa do grupo, que se dedica a projetos de sustentabilidade de empreendimentos, desenvolve o gerenciamento de certificação de prédios, com base no critério LEED (Leadership in Energy na Environmental Design) criado pelo USGBC (U.S. Green Building Concil).
Saiba mais: www.sustentax.com.br

Em Arquitetura sustentável (veja mais 129 artigos nesta área)

por Newton Figueiredo

Sustentabilidade é, antes de tudo, um bom negócio!

Voltei do recente 61º Congresso da Fiabci de Bali, Indonésia – e também da missão empresarial da Fiabci/Brasil logo após a Cingapura e à fabulosa Expo Xangai – com a impressão de que temos muito que fazer em termos de sustentabilidade para nossas edificações e para o desenvolvimento urbano de forma geral.

Já na primeira parada, em Paris, vimos no aeroporto Charles De Gaulle a preocupação com o uso inteligente da energia e da iluminação natural. Com uma jornada ainda longa pela frente, descansamos num hotel próximo, e o lobby, com fachada oeste, ou seja, com forte incidência de sol à tarde, é exemplo de como o paisagismo contribui para a sustentabilidade. Em frente às enormes janelas, uma árvore cheia de folhas funciona como brise natural e, no inverno, já sem as folhas, deixa a luz solar aquecer o ambiente.

Escala seguinte: Cingapura. O hotel apresentava ótimo projeto focado em oferecer elevada classe de serviço e harmonia. Cingapura e Indonésia têm características de umidade e temperatura semelhantes às da região amazônica. Assim, nas construções, percebem-se engenhosas proteções contra a incidência solar direta, como a “pele” externa à fachada de vidro.

Já em Bali o hotel sede do congresso da Fiabci, embora bonito, com jardins e pequenos lagos bem cuidados, não contemplou em sua concepção preocupações com eficiência energética. Os ambientes internos, incluindo refeitórios, quartos, salas de reunião e auditório, praticamente não contam com iluminação natural e técnicas de conforto ambiental.

Do Congresso, ficou evidente o esforço dos países do Extremo Oriente para incorporar técnicas, métricas e critérios de sustentabilidade. Cingapura pretende ter, em 2030, 80% de seus edifícios verdes. Outra constatação importante: esses países buscam criar regras próprias, enquanto temos infelizmente importado e adaptado modelos estrangeiros (LEED e HQE/Aqua). Esta postura inibe a inovação, o desenvolvimento e a incorporação de conhecimento técnico-científico.

Ainda em Bali, conhecemos dois resorts denominados de “eco-properties”. O primeiro, Alila Villas Uluwatu. Sustentabilidade em projeto, construção e operação. Materiais regionais, fachadas claras, elevados pés-direitos, efeito chaminé, não-uso de produtos químicos, madeiras de demolição, água quente de co-geração do ar condicionado, farta iluminação natural e paisagismo integrado. Realmente, um exemplo de 5 estrelas sustentável.

Já o resort Banyan Tree Ungasan é um exemplo de concepção não-sustentável, com materiais inadequados ao clima (pedras escuras nas paredes e telhados também escuros absorvendo muita energia solar etc.) e válvulas de descarga sem duplo fluxo. O toque “ecológico” ficou por conta de um pedaço de tronco de madeira como mesa de centro nas suítes, o que convenhamos é muito pouco para que a edificação se intitule “eco”.

No aeroporto de Cingapura, a sustentabilidade podia ser vista pelo posicionamento correto do prédio, permitindo luz natural de manhã e bloqueio quase total à tarde, portas-duplas na entrada para evitar fuga de ar condicionado e capachos com distância apropriada barrando a entrada de poeira. Além disto, iluminação dimerizada por sistema inovador de refletores de luz solar e de lâmpadas eficientes.

Com o tema “Better City, Better Life” e mais de 350 mil visitantes diários, o destaque da Expo Xangai foi a tendência de cobertura externa às fachadas, como proteção solar, de diversos materiais. O pavilhão vietnamita utilizou bambu; o alemão, tecido sintético; o espanhol, algo parecido com juta; e, o do Brasil, ripas de madeira. Só o bambu e o tecido permitem reaproveitamento posterior duradouro.

O pavilhão do Irã, além de artesanato, cultura e avançada indústria, demonstrou como edificações em áreas quentes devem proteger fachadas da alta insolação. No pavilhão britânico, um ninho de sementes de “todas as árvores do mundo”, com efeito luminotécnico natural interno espetacular, criou um ícone exuberante e único na exposição.

O hors concours em termos de sustentabilidade foi o pavilhão francês. Fez uso dos melhores conceitos de funcionalidade, conforto térmico e visual, durabilidade, flexibilidade, facilidade de manutenção, eficiência energética, aprazibilidade e tudo mais. Vale mencionar a presença da cidade de São Paulo, com o espetacular trabalho “Cidade Limpa”.

Na bagagem de volta, muitos aprendizados. O principal: há longo caminho a percorrer para entendermos que sustentabilidade é, antes de tudo, um bom negócio.

É importante o esforço para que governantes, incorporadores, construtores, gerenciadores condominiais e a sociedade em geral compreendam isto. Os dois maiores inimigos da sustentabilidade são o desperdício e a baixa produtividade! As tecnologias evoluíram, mas as cidades estão menos saudáveis e com menor qualidade de vida. Novas ideias e processos são vitais para que possamos compartilhar uma felicidade sustentável.

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