Domingo, 03 de Dezembro de 2023
Sustentabilidade é uma das prioridades do IBDA , e temos a parceria com o GRUPO SUSTENTAX.
A “Sustentax – Engenharia de Sustentabilidade “ é uma empresa do grupo, que se dedica a projetos de sustentabilidade de empreendimentos, desenvolve o gerenciamento de certificação de prédios, com base no critério LEED (Leadership in Energy na Environmental Design) criado pelo USGBC (U.S. Green Building Concil).
Saiba mais: www.sustentax.com.br
Ao longo dos últimos cinco anos vimos um importante movimento acadêmico e empresarial no sentido de incorporar na gestão das empresas o necessário equilíbrio entre lucratividade e responsabilidade socioambiental.
É importante reconhecer os esforços desenvolvidos até então, com resultados bastante positivos na criação de imagens de empresas valiosas tanto para a sociedade como para seus acionistas.
Enquanto há bem pouco tempo, o Banco Real era um dos ícones no assunto da sustentabilidade empresarial, hoje temos AMANCO e FDC – Fundação Dom Cabral como os novos expoentes dessa matéria. Em relação ao Banco Real (atual Santander), não são necessárias maiores explicações. A saída do líder Fábio Barbosa para outra organização encerra uma gloriosa fase em que conseguiu fixar na mente de muitos clientes, funcionários e admiradores o esforço de se construir “um novo banco para uma nova sociedade”.
Cabe refletirmos o que ocorreu para essa mudança, que pode ser resumida em uma única palavra: pragmatismo!
As organizações que hoje são destaque em suas políticas de sustentabilidade corporativa conseguiram não se deixar levar pelos cantos das sereias dos inúmeros modismos importados, que apareceram nos últimos anos e que fizeram com que outros perdessem o foco do tão necessário pragmatismo empresarial de geração compartilhada de resultados.
Podemos identificar quatro tipos de equívocos cometidos na busca de uma gestão sustentável para seus negócios. O primeiro é achar que fazer relatórios de sustentabilidade com base no GRI já é uma grande demonstração de gestão sustentável; o segundo, considerar importante, para a sustentabilidade empresarial, a quantificação de gases de efeito estufa; outro é acreditar que fazer parte do ISE é importante para demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade empresarial e, como conseqüência, valorizar suas ações e, por último, partir para embalagens mais sustentáveis como caminho para a percepção, pelo consumidor, da sustentabilidade empresarial.
Com relação aos relatórios de sustentabilidade, a maioria baseada no importante referencial emitido pelo Global Reporting Initiative-GRI, estes têm servido mais para: enfeitar prateleiras, satisfazer à vaidade do CEO, justificar a criação da área de sustentabilidade, remunerar as empresas de edição e as gráficas e receber aplausos dos experts do GRI quando lá auditados. E os investidores, os funcionários, os clientes, os fornecedores, as comunidades...? Esses ficam sempre à margem do processo e não percebem valor algum na produção desses relatórios de linguagem padronizada, elaborados por profissionais externos ao processo de entrega de valor aos públicos de interesse. Na realidade, os funcionários ficam enraivecidos pelo tempo gasto na elaboração desses relatórios. Onde está o erro?
Como o próprio nome diz, relatório de sustentabilidade (empresarial) teria por propósito relatar para os seus públicos de interesse estratégico os avanços em relação ao atendimento das expectativas de geração de valor e mitigação de riscos nas visões e linguagens desses públicos. Nada disso é feito de forma objetiva e a maneira como os relatórios são apresentados só interessa aos experts da área de sustentabilidade e do GRI. Resumindo: os benefícios decorrentes da elaboração da maioria dos relatórios de sustentabilidade são mínimos perto dos esforços gastos para produzi-los, por falta da existência de um Plano Estratégico de Sustentabilidade Empresarial. É assim, muito comum, que concluído o relatório a primeira pergunta seja: e agora?
O segundo equívoco que as empresas cometem advém de modismos importados das economias perdulárias que buscam criar movimentos (para os outros, de preferência) em direção à chamada economia de baixo carbono. Essas iniciativas são cantadas em diversos tons pelas sereias aparentemente apocalípticas mas, que no fundo, buscam se aproveitar para vender suas tecnologias e gerar empregos em suas economias combalidas. Assim, várias organizações foram criadas para convencer empresas de todo o mundo a gastarem tempo e recursos em “batalhas a favor do clima”, oferecendo nobres títulos como “defensores do clima”, “empresas para o clima” dentre outras.
Está mais do que sabido e comprovado que os esforços dessa guerra ao combate ao desperdício e às emissões devem ser feitos pelos países da OECD que estão emitindo 13,8 t/p/a (tonelada/pessoa/ano) de CO2. Nós brasileiros temos emitido 5,4 t/p/a e ao invés de cairmos nesse esperto canto de sereia temos que tratar de resolver nossos problemas locais e os decorrentes dos efeitos das mudanças climáticas criadas por eles. Nossa contribuição à redução de emissões deve estar focada na eliminação do desmatamento das nossas florestas e matas ciliares. Os países da OECD deveriam fazer o dever de casa deles, mas preferem vir aqui e convencer nossas empresas que ingenuamente embarcam nesse rumo que desvia nossos recursos para ajudar a resolver um problema criado por eles.
Uma dificuldade bem mais impactante que o midiático aquecimento global está ligado à degradação da qualidade de vida nas cidades e à diminuição de nossa biodiversidade, das florestas e das matas ciliares, agravados pelas mudanças climáticas que já estamos sentindo. É muito mais importante para as empresas aprimorarem seus processos para serem menos impactantes, mais limpas e eficientes e menos poluidoras e consumidoras de recursos naturais, não renováveis. É muito mais urgente que as empresas se engajem em movimentos para tornar nossas cidades mais sustentáveis, para que o futuro em nosso país seja de maior felicidade e harmonia para nossa população e para os negócios. As grandes questões estarão nas cidades onde já mora 85% de nosso povo.
Lembro-me de um dia ter questionado o diretor de uma importante empresa brasileira do porquê apoiava esses movimentos de combate na estratosfera com benefícios sabe-se lá para quem, e a resposta foi a de que já haviam avançado demais e seria penoso para a imagem da empresa um recuo. Continuariam, portanto, a gastar dinheiro e recursos apenas para ficarem bem na fita. Restou-me perguntar: fita de quem?
Certamente, que existem empresas brasileiras multinacionais como GERDAU, que ao ter importantes operações também nos EUA e na EUROPA precisam oferecer sua contribuição na redução de emissões.
As empresas brasileiras, operando fora da OECD, antes de buscarem quantificar suas emissões de gases de efeito estufa, deveriam mitigar os riscos sociais no entorno dos seus negócios combatendo a fome, a miséria e a violência, inclusive por campanhas pelo controle da natalidade junto aos governos; melhorando a qualidade de vida (saúde e educação, principalmente) das populações sob sua influência e estimulando a formação de movimentos internacionais para encontrarem um caminho real para contornar o precipício de guerras que se apresentará ainda nesta metade do século XXI.
O terceiro equívoco cometido pelas empresas (nesse caso de capital aberto) é o de lutar para fazer parte do ISE da Bolsa de Valores. O erro tem exatamente os mesmos ingredientes daqueles que levam as empresas a realizarem relatórios de sustentabilidade que praticamente nada agregam em termos de valor para seus “stakeholders” estratégicos. Aqui, entretanto, é ainda mais fácil de entender. Um índice criado pela Bolsa de Valores interessaria a quem? A resposta é óbvia: aos investidores. Ocorre que os investidores (se tiver algum que divirja, por favor, escreva-me) não levam em consideração o ISE para as suas tomadas de decisão de compra e venda de ações. Onde está o erro?
O ISE é um índice no qual os investidores não têm voz ativa e nem poder de veto. O ISE é um índice elaborado com a participação de vários atores que, em sua maioria, não têm nem nunca tiveram nenhum investimento aplicado em bolsa, mas que, democraticamente, opinam e chegam a um consenso de como medir a sustentabilidade empresarial para que os investidores se balizem por ele. Resumindo: nunca funcionou nem funcionará se continuar com essa forma de elaboração.
Trata-se de um índice com forte viés acadêmico que não se presta aos objetivos para o qual foi criado: dar informações para os investidores sobre empresas que têm em sua gestão princípios de governança e responsabilidade socioambiental voltados para a geração de valor para os acionistas e para a sociedade, mitigando os riscos de sua operação.
Muitas empresas que, certamente, na opinião dos investidores, deveriam estar no índice lá não aparecem, simplesmente, porque os critérios utilizados não se coadunam com o entendimento de sustentabilidade empresarial dos maiores interessados.
Urge uma reformulação do ISE, como foi recentemente sugerido pelo IFC, para que o Brasil ofereça ao mercado investidor internacional uma seleção consistente de empresas que desenvolvem suas atividades gerando valor e mitigando riscos na visão de quem tem a responsabilidade pela rentabilidade dos investimentos no curto, médio e longo prazos.
O último dos maiores equívocos que as empresas cometem na área da sustentabilidade empresarial se refere ao tratamento, quase que exclusivo, dado às embalagens de seus produtos, ao invés de partirem, de forma mais vigorosa, para o desenvolvimento de produtos (conteúdo) mais sustentáveis.
É mais lógico e eficaz para seus acionistas que as empresas ao invés de perderem tempo com relatórios de sustentabilidade e quantificação de emissões, que não agregam valor nem as diferenciam comercialmente, passem a gastar tempo e dinheiro de forma real e direta para dar sustentabilidade ao seu negócio. São necessários esforços de transformação na direção de se ter produtos menos impactantes, menos poluidores, mais duradouros, mais flexíveis, de fontes renováveis, menos tóxicos, recicláveis...
Erros e acertos fazem parte do aprendizado do desenvolvimento sustentável. Algumas empresas brasileiras e centros acadêmicos se deixaram levar pelo enorme trabalho midiático internacional desenvolvido por interesses econômicos de ganhar dinheiro com visões apocalípticas distorcidas.
Temos empresas e centros acadêmicos que passam a ser as novas referências da sustentabilidade empresarial permitindo que se faça uma importante reflexão de que devemos ser mais pragmáticos e mais focados no compromisso de gerar valor compartilhado para com a nossa sociedade, não com a estratosfera!
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