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por Redação do Fórum da Construção

Construção de madeira requer conhecimentos técnicos



Ao definir um projeto com madeira é preciso que os arquitetos e os engenheiros envolvidos tenham plenos conhecimentos das propriedades das espécies mais apropriadas, considerando fatores como a localização do empreendimento e os agentes biológicos a que a construção será exposta. Isso é fundamental para evitar futuras deteriorações ocasionadas pela ação do tempo e o ataque de fungos e insetos.

Dessa forma, é possível determinar o tipo de construção, os detalhes dos sistemas de proteção e os construtivos que irão assegurar a vida útil da edificação. "A definição da espécie botânica depende de uma série de fatores que interagem entre si, como a linguagem do projeto arquitetônico, a finalidade específica na obra, o desempenho desejado, a agressividade do entorno, as propriedades das madeiras e os recursos disponíveis (orçamento, equipamentos e ferramentas)", esclarece o engenheiro Everaldo Pletz, professor da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e Unipar (Universidade Paranaense).





Dentre as fontes de matéria-prima mais usadas, há madeiras provenientes de florestas plantadas - que se destinam a produzir madeira para as indústrias de madeira serrada, cuja exploração apenas pode ser realizada por meio de projetos aprovados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) - e as de florestas nativas - exploradas para atender o mercado com o manejo florestal ou da exploração extrativista. Na construção civil essas madeiras podem ser utilizadas de diferentes formas, tanto para usos temporários, como fôrmas para concreto, andaimes e escoramentos, quanto para usos definitivos, como nas estruturas de cobertura, esquadrias (portas e janelas), forros e pisos.

No agrupamento destinado à construção civil podem-se encontrar peças de madeira serrada na forma de vigas, caibros, pranchas e tábuas utilizadas em estruturas de cobertura, onde tradicionalmente é empregada a peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron). Já as divisórias leves externas e internas reúnem peças de madeira serrada na forma de tábuas e pontaletes, além das ripas e caibros usados em partes secundárias de estruturas de cobertura, como a madeira de pinho-do-paraná (Araucaria angustifolia), muito utilizada durante décadas. Outra categoria abrange a madeira serrada e beneficiada para forros, painéis, lambris e guarnições. Também é comum o uso de madeiras leves ou médias em portas e janelas (pinho-do-paraná, cedrinho, ipê), além de madeiras médias ou densas para tacos e assoalhos (ipê, angelim, amendoim, entre outros).

Hoje, a preocupação com o desenvolvimento sustentável tem feito com que as madeireiras procurem recursos mais viáveis como a utilização de madeiras provenientes de reflorestamento que sejam certificadas, tão eficientes quanto as nativas, acrescentando o fato de que a extração é controlada e não agride o meio ambiente. "Uma vez dominada a técnica de utilização, a madeira de reflorestamento não possui limitações de uso para edificações. É tudo uma questão de conhecer suas propriedades e de suplantar preconceitos contra sua utilização", diz Pletz. O engenheiro diz que é preciso incentivar o uso de madeiras provenientes de reflorestamento, exigindo das madeireiras o selo FSC (Forest Stewardship Council) de certificação ambiental que assegura que a madeira é de origem responsável.

Patologias O processo de conservação deve ser iniciado no tratamento da madeira e prolongado até a manutenção, e requer técnicas específicas, de acordo com as propriedades em questão. "As técnicas de preservação química consistem em introduzir, por meio de processos adequados, produtos químicos dentro da madeira, tornado-as tóxicas aos organismos que a utilizam como fonte de alimento", explica o biólogo Sérgio Brazolin, Chefe do Agrupamento de Preservação de Madeiras do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).

Entretanto, para que a aplicação química seja eficiente, alguns fatores devem ser observados. As madeiras de baixa durabilidade natural necessitam de uma proteção extra ou preservativa que assegure a longevidade do produto. Dentre os mais utilizados estão os oleosos, os oleossolúveis, que contêm misturas complexas de agentes fungicidas e/ou inseticidas à base de compostos de natureza orgânica e/ou organometálica, e os hidrossolúveis, que contêm misturas mais ou menos complexas de sais metálicos. Apesar dessas opções é sempre recomendado o uso de produtos preservantes higiênicos, de proteção satisfatória e, principalmente, que não agridam o homem e o meio ambiente.

A aplicação desses produtos na madeira pode ser realizada sem pressão - a impregnação é superficial – ou com pressão - a impregnação é profunda e realizada por meio de uma autoclave, disponível em usinas de preservação de madeiras que garantem maior penetração do produto. "Os tratamentos realizados sem pressão conferem à madeira uma proteção limitada contra organismos xilófagos, sendo recomendados para a preservação de peças que estarão sujeitas a baixos riscos de deterioração biológica", orienta Brazolin.

Seja uma residência, uma edificação maior ou uma obra-de-arte, todo cuidado é pouco. Além da deterioração ocasionada pelas intempéries, muitos são os microorganismos e insetos que se alimentam das macromoléculas encontradas no lenho dessas madeiras.





Os fungos, por exemplo, necessitam desses compostos orgânicos. A infecção da madeira geralmente ocorre quando a árvore é abatida e pode prosseguir em diferentes estágios até a utilização final, sendo agravada conforme o material é exposto à umidade.

Dentre os fungos xilófagos existentes, há alguns grupos diferenciados conforme as estratégias de ataque às madeiras, como os emboloradores, os manchadores e os apodrecedores. Os emboloradores são responsáveis pelo bolor encontrado nas superfícies das madeiras, resultado de uma alta produção de esporos que podem variar de cor de acordo com a espécie do fungo. Já os manchadores podem provocar manchas profundas no alburno das madeiras, ocasionadas pela presença de hifas pigmentadas ou de pigmentos liberados pelos fungos. "Esse tipo de ataque, também conhecido como mancha azul, é responsável por consideráveis prejuízos, principalmente de ordem estética, em madeiras como o Pínus", esclarece Brazolin.

Os apodrecedores podem provocar profundas alterações nas propriedades físicas e mecânicas das madeiras devido à progressiva destruição das moléculas que constituem a madeira. Outros biodeterioradores comuns são insetos como os cupins (madeira seca, subterrâneos e arborícolas) e as brocas-de-madeira. Os cupins-de-madeira-seca e as brocas podem ser facilmente confundidos por expelirem resíduos das peças atacadas, mas pertencem a ordens distintas de insetos xilófagos. No caso de construções em contato com a água do mar ou salobra (trapiche, defesa de pontes, carreira de barco, entre outros) podem ocorrer ataques de perfuradores marinhos (crustáceos e moluscos) comprometendo a durabilidade da estrutura em madeira.

Por isso é importante conhecer as propriedades das madeiras, para que no momento da concepção do projeto a especificação seja feita de maneira adequada, utilizando-se de todas suas atribuições para eliminar os riscos de biodeterioração.

O IPT e a ABPM (Associação Brasileira de Preservadores de Madeira) estão revisando a NBR 7190 - Estruturas de Madeira, item preservação de madeiras. Nessa revisão é possível encontrar um sistema de classe de risco que objetiva auxiliar os especificadores quanto à madeira mais apropriada para determinado uso na construção civil, incluindo os riscos biológicos e agentes deterioradores passíveis de atuarem na peça. "Essa classificação determinará as melhores espécies botânicas, os produtos preservantes e os métodos mais adequados de tratamento para cada situação", afirma Brazolin.

Estruturas de madeira

Utilizadas em pontes, viadutos e passarelas, as estruturas de madeira ou mistas de concreto são comuns em vias rurais e urbanas. Normalmente, as construções são executadas com madeiras pesadas e de alta resistência que suportam cargas elevadas como a itaúba, jatobá, cumaru, maçaranduba, angico e o eucalipto citriodora. "Na região Sul as madeiras mais usadas são as de reflorestamento, como o eucalipto - classes de resistência C40 a C60 - e o pinus - C20 a C30. No Norte e Nordeste, dá-se preferência ao jatobá, maçaranduba e piquiá, todas de classes de resistência alta - C50 a C60", orienta o professor Carlito Calil Júnior, do Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira da Escola de Engenharia de São Carlos - USP.

Para assegurar a eficiência das estruturas mistas (madeira e concreto) é necessária a adoção de um sistema de solidarização entre os materiais. Esse sistema pode ser rígido ou semi-rígido (flexível) e é responsável pela transferência de esforços de cisalhamento, garantindo a atuação conjunta dos materiais. O sistema rígido consiste na aplicação de pinos metálicos inclinados e colados na madeira com adesivo epóxi, que impede o deslocamento das peças. Já o semiflexível pode ser obtido por conectores metálicos como pregos e parafusos e é mais econômico que o anterior.

Nesse tipo de obra-de-arte utilizam-se madeiras brutas (toras), serradas ou laminadas e coladas. Entretanto é fundamental que a madeira em questão esteja devidamente tratada com preservantes que prolonguem a durabilidade e evitem a degradação. Uma forma de garantir a conservação é o isolamento máximo da umidade e, preferencialmente, manter a madeira limpa, longe de lixo e vegetação. "As partes mais suscetíveis de uma ponte são regiões em contato com a água, como o tabuleiro (água de chuva), o encontro dos pilares com a fundação e as estacas de madeira no nível da água", esclarece Calil.

Dicas

• Diminuir a ação do sol por meio de medidas arquitetônicas;
• Isolar a construção das fontes de umidade ou, no mínimo, limitar a permanência da água sobre a madeira;
• Limitar o uso de aberturas e furos por onde a água possa penetrar e infiltrar;
• Criar barreiras que impeçam a absorção de água por capilaridade;
• Usar madeiras com teores de umidade compatíveis com o meio em que serão aplicadas;
• Usar madeira que apresente durabilidade natural compatível com a classe de risco requerida, ou que tenha recebido tratamento químico adequado;
• Utilizar peças de madeira cujas faces superiores sejam inclinadas;
• Criar pingadeiras naturais;
• Evitar o represamento e facilitar a drenagem de água;
• Elaborar medidas diferenciadas para locais que favoreçam a condensação da água (por exemplo, vidros em esquadrias de madeira);
• Facilitar a limpeza e a ventilação das peças;
• Dificultar a ocorrência de sujeira e lixo sobre a construção;
• Dimensionar adequadamente as peças de madeira para o alojamento dos elementos de ligação, evitando o aparecimento de fissuras;
• Proteger os topos das peças de madeira;
• Preferir peças cujas dimensões transversais sejam as menores possíveis, porque os problemas de secagem, que comprometem a durabilidade da madeira, crescem na medida em que essas dimensões aumentam;
• Tratar os elementos metálicos em contato com a madeira contra a corrosão - quando necessário;
• Evitar o uso do material em locais destinados a armazenamento de produtos químicos (sais, fertilizantes), pois os mesmos oferecem riscos significativos de corrosão.



Fonte:www.remade.com.br



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