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por José Luiz Amaral Machado

A repercussão do quadro atual para as empresas e famílias

Estivemos fazendo as nossas reflexões sobre o cenário a que se submete à nossa economia. Vários pensadores, técnicos e analistas publicaram as suas posições sobre o momento o qual estamos enfrentando no Brasil, aos quais gostaríamos de contribuir.

E ficamos pensando:

Como foi mesmo que o Brasil chegou a esta situação?

Inflação dando sinais fortes de recrudescimento, crescimento muito baixo, o mundo empresarial muito tímido suspendendo emissões e captações; os juros subindo, expectativas se apresentando de forma tímida, o nosso Real perdendo valor.

Na verdade, toda a decisão tem um preço. E, o governo tomou decisões e adotou políticas que sem dúvida tem um preço.

Não é o fim do mundo, não há crise eminente, mas as escolhas equivocadas não ficam sem a cobrança de um preço.

Há incertezas no mundo, mas o pior já passou e não é a crise externa que explica o quadro que estamos assistindo.

Veja que os Estados Unidos discutem o ritmo da recuperação já em curso, e a projeção da Europa é de crescer, ainda que pouco, no próximo ano.

A nossa balança comercial deteriorou-se rapidamente e teve déficit no primeiro semestre do ano. O saldo comercial será positivo, mas pequeno frente ao que necessita o País. O déficit das transações correntes se aprofundou.

Em 2008/2009, o governo tomou várias posições estimulando o crédito, o consumo, mantendo uma política cambial que colocou várias empresas em risco.

Pois bem, agora nos está sendo apresentada a conta.

Empresas e famílias com a saúde financeira sem dúvidas afetada. Some-se a isso toda a movimentação social que coloca o governo em uma situação muito tensa e, pelo que percebemos ainda, sem saber bem qual o rumo ou medidas a tomar. Pior ainda, em conflito com a classe política, que sem dúvida é um ingrediente de complexidade de toda a situação política do nosso País.

Todo esse quadro faz-nos nos posicionar recomendando tanto às famílias como às empresas que, mais do que nunca, ajam usando de muita cautela.

Nunca foi tão recomendado às empresas que tenham ou reforcem rapidamente a qualidade de seus controles e instrumentos de gestão no sentido de proteção da saúde econômico-financeira dos seus negócios.

Essa posição também se aplica às famílias. Agora é hora de andar com calma em planos de gastos. Afinal, é recomendado acompanharmos um pouco mais como o “clima” se apresentará no cenário tanto político como econômico do nosso Brasil, pois um passo comprometido agora poderá cobrar preço alto logo ali adiante.

Econ. José Luiz Amaral Machado – Diretor da Gerencial Auditoria e Consultoria – Porto Alegre (RS).

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