Terça-feira, 05 de Dezembro de 2023
O governo federal aparentemente acordou para a urgência de resolver os atrasos nas obras necessárias à boa realização dos megaeventos esportivos: a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. O remédio escolhido, porém, pode acabar provocando sequelas indesejáveis, em vez de trazer a desejada cura dos problemas.
A proposição do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), embutido na Medida Provisória 521/2010 e destinado a acelerar as licitações e os contratos para a realização dessas obras em tempo hábil é, sem dúvida, um equívoco de proporções olímpicas.
Em licitações para obras públicas, a busca por atalhos para driblar a falta de planejamento pode levar ao abismo. A Lei de Licitações, a 8.666/93, certamente precisa de aperfeiçoamentos, cuja discussão infelizmente se arrasta desde 2007 no Congresso, nos debates sobre a revisão dessa lei que rege as contratações públicas no país. Mas, como sabemos e a história brasileira já não tão recente nessa área demonstra, aperfeiçoamentos são o contrário de gambiarras, de improvisações.
Tentar inserir uma discussão dessa importância e que envolve um conjunto de obras de vários bilhões de reais numa MP cujo escopo inicial era para definir o valor da bolsa de médicos-residentes é ir contra todos os preceitos que definem a realização de uma boa obra, entre os quais o planejamento é o seu pilar estrutural.
É possível desenvolver as obras exigidas para a realização da Copa 2014 de forma adequada e buscando os melhores resultados, técnico-econômicos, para os vultosos investimentos previstos ou em andamento? Sim, é possível, mas isso não significa que não precisamos mais planejar e apenas executar. O novo planejamento é de enfrentamento dos riscos. É um planejamento estratégico, no seu sentido estrito.
Diante do cenário de atraso, temos que planejar – isto é, pensar e decidir antes – como enfrentar esses riscos. A primeira posição é reconhecer o atraso e ajustar os cronogramas, uma vez que não há folgas frente a imprevistos e obstáculos. Em segundo lugar, identificar claramente os riscos de ocorrências que podem atrasar mais as obras. E, ainda: decidir o mais rapidamente o que falta. Completar no prazo mais breve todos os projetos executivos dos estádios e das obras de mobilidade urbana e de ampliação aeroportuária.
O projeto concebe, desenha e calcula os elementos físicos e econômicos, previamente à execução de qualquer empreendimento. Antes de iniciar a obra é possível visualizar os detalhes do empreendimento quando pronto, mediante maquetes eletrônicas. O papel do construtor é executar segundo o que foi definido no projeto.
Com relação às Olimpíadas, a situação temporal é diversa. O lapso de tempo ainda permite galgar todos os passos sem necessidade de se decidir em situações de risco. Portanto, para as Olimpíadas, é seguir o caminho normal.
A aprovação da MP 521 colocará em risco a qualidade dos projetos de arquitetura e de engenharia, com as potenciais sequelas em termos de atrasos nos cronogramas, obras de má qualidade e custos além dos previstos nos respectivos orçamentos.
As principais entidades e especialistas na área, no Brasil e no exterior, recomendam a contratação de forma independente e pela melhor solução técnico-econômica de projetos de arquitetura e de engenharia como garantia de definição rigorosa de orçamentos, de cumprimento dos prazos previstos e da qualidade na execução, devido ao detalhamento de sistemas construtivos, materiais e serviços envolvidos.
Num momento em que diversas entidades representativas da engenharia brasileira articulam um movimento contra a corrupção, não temos dúvida em afirmar que o planejamento e a contratação pela melhor solução técnico-econômica de projetos em sua etapa final, com todos os seus detalhamentos perfeitamente definidos, em todas as etapas da obra (projeto completo), é a verdadeira “vacina anticorrupção” em obras públicas.
Assim, se o governo federal deseja realmente acelerar as obras necessárias à realização da Copa 2014 e Olimpíada 2016, mantendo o imprescindível controle de qualidade e de custos para deixar legados duradouros à sociedade, deve reformular seus conceitos e retirar a MP 521 do processo de votação no Congresso.
O governo não pode abrir mão dos principais instrumentos de gestão das obras públicas - como é o caso do planejamento e do projeto contratado de forma independente da construção -, para se arriscar em um caminho claramente equivocado e repudiado de forma unânime pelas entidades representativas da arquitetura e da engenharia brasileiras.
João Alberto Viol, presidente da SINAENCO - Sindicato da Arquitetura e da Engenharia
Fonte:www.sinaenco.com.br
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