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Em Revestimentos, Tintas e Vernizes (veja mais 54 artigos nesta área)

por Arq. Ignez Ferraz

Preservação arquitetônica e as Peles de vidro



Berlim tornou-se uma das cidades mais sofisticadas do mundo, símbolo da arquitetura contemporânea. Este status foi conseguido graças à competência administrativa e à criatividade de centenas de arquitetos de todas as partes do mundo que conseguiram criar, apesar de suas diferenças, um conjunto de edificações coerentes. Para conseguir tal unidade, partiu-se do princípio que deveriam preservar o existente - as fachadas, ou apenas partes delas.
Mas como preservar fachadas, num mundo que exige cada vez mais dos antigos edifícios, e sem partir para um retrofit? A solução foi protegê-las por uma pele de vidro, sem mecanismo de abertura, dando a sensação de preservação mas ao mesmo tempo de medo. Medo talvez daquele passado, ou talvez do novo mundo que está por vir. Esta é a verdadeira cara de Berlim hoje: um MURO transparente que separa o passado do futuro.

Foto acima: fundos da Embaixada da França, projeto de Christian de Portzamparc

Já no Japão, os arquitetos gostam de criar a ilusão de que seu edifício está “envolto” (tsutsumu) ou “atado” (musubu) o que, segundo suas crenças, significa demarcar um espaço como especial ou sagrado. Não há dúvida que a nova PRADA em Tóquio (Omotesando) antecipa o futuro. Os badalados arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron presentearam a cidade com um edifício emblemático, destacando-se do comum neste país e seus pequenos espaços públicos. A edificação é “amarrada” com cordas de aço, que formam uma trama quadrangular de vidros planos, côncavos e convexos nas empenas, onde nenhuma face é do mesmo tamanho.

Foto acima: O Edifício Prada, em Tóquio, dos arquitetos suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron

Quanto ao uso da fachada como pele de invólucro, a cidade oferece outros bons exemplos. A tática de Rei Kawakubo, idealizadora da COMME DES GARÇONS (vide foto abaixo) é se associar a arquitetos locais, que conheçam melhor sua cidade. Criativo, Takao Kawasaki surpreende com sua fachada de cristal ondulado e manchas azuis em Omotesando.

Foto acima: O Edifício Comme des Garçons, em Tóquio, de Rei Kawakubo

A colossal firma LOUIS VUITTON possui 300 estabelecimentos espalhados por 50 países. Para a unidade de Roppongi Hills, Jun Aoki projetou uma parede dupla de vidro inserida com 28.000 tubos de cristal (10 cm de diâmetro e 30 cm de comprimento) que captam as luzes e cores e as modificam sutilmente através da refração.

Foto acima: Edifício Louis Vuitton em Roppongi Hills, projeto de Jun Aoki

Mas nem só de roupas vivem as vitrines desta cidade. Apaixonados por carros, o edifício da Audi na Oyamadai (projeto de Andrew Doré) chama atenção pela sua fachada destorcida e assimétrica em vidros azuis. Se a imagem que desejaram transmitir ao futuro cliente era a de alta tecnologia e design arrojado, acertaram na mosca (azul)!

Foto acima: Projeto de Andrew Doré para a Audi em Oyamadai


Esta matéria foi retirada sob permissão do interessante site da Arquiteta Ignez Ferraz, onde há outras matérias deste tipo. Porque não visitar? Fica em www.ignezferraz.com.br

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