Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2023
Em nossos artigos anteriores sobre alvenaria mostramos os diversos tipos de tijolos e também como fazer as amarrações e junções para formar paredes de ½ tijolo, 1 tijolo ou maiores. Agora, veremos a forma de levantar as paredes com os devidos cuidados para evitar trincas e desalinhamentos.
A alvenaria é usada com a função de vedação, mas pode pode também ser parte da própria estrutura da construção. São constituídas por tijolos, blocos de concreto ou até mesmo de pedras naturais unidas com argamassa (veja artigo anterior). Estas alvenarias com pedra natural são um caso a parte, pois têm uma técnica de execução própria e que varia dependendo da finalidade do muro e do tipo de pedra. As dicas que mostraremos aqui servem para as alvenarias feitas com tijolo comum ou laminado, assim como para blocos de concreto e de solo-cimento, ou seja, elementos construtivos com dimensões pré-determinadas e constantes.
Seja como elemento estrutural ou como simples vedação, as alvenarias são sempre assentadas em cima de uma base. Esta pode ser o baldrame, alicerce ou algum outro elemento estrutural, acompanhe:
• Baldrame – Dá-se este nome à viga da fundação que serve justamente de base para a alvenaria, ficando ao rés do chão. O baldrame deve ser devidamente impermeabilizado, sendo preciso esperar ao menos um dia para a secagem completa da camada de impermeabilização antes de se iniciar a alvenaria sobre ele.
• Alicerce – Em pequenas obras, com fundação rasa, ou mesmo em obras que utilizam vigas baldrame, é preciso fazer levantar algumas fiadas de tijolos, devidamente impermeabilizadas, para interligar a fundação às paredes. Esta pequena parede costuma-se chamar de alicerce, frequentemente confundida com o baldrame, mas são coisas distintas.
• Elemento estrutural -- São vigas ou lajes de concreto armado, podendo também ser algum elemento da estrutura metálica. Em qualquer destes casos provavelmente estaremos falando de paredes longe do solo, no primeiro pavimento ou acima dele.
Planejamento o levantamento das paredes
O projeto arquitetônico determinará se cada parede será de 1/2 tijolo, 1 tijolo ou até maior. Seja como for, o serviço sempre é iniciado pelos cantos principais, devidamente posicionados pelo mestre de obras que usará para isto o gabarito da obra, para paredes no térreo, ou a planta estrutural junto com a de arquitetura, para obras que tenham um ou mais pavimentos.
Feita esta localização das paredes no plano horizontal, resta fazer a localização das fiadas no plano vertical, o que deverá ser planejado com precisão. Muitos pedreiros deixam de fazer este planejamento das fiadas, dizendo que “ora, depois eu acerto na massa”, mas este é um engano e leva a desperdícios. O correto é prever quantas fiadas serão necessárias para alcançar a altura do respaldo das paredes evitando recortes no final destas. O levantamento da parede de modo desordenado, além de dar muito mais trabalho no acabamento, piora o aspecto e pode diminuir a resistência.
Mas como fazer este planejamento? É mais fácil de entender através de um exemplo: digamos que o baldrame esteja na cota -0,05 e o respaldo da parede (onde se apoiará a laje ou uma viga) está na cota +2,75. A parede terá portanto 2,80m de altura. Se estivermos usando tijolo de 6cm de altura e com 1,5cm de argamamassa serão 7,5 cm entre as fiadas. Portanto, teremos:
2,80 : 0,075 = 37,3 fiadas.
Não queremos trabalhar com este número quebrado, pois seria preciso faze um enchimento com massa para que a parede atingisse a cota prevista. Portanto vamos aumentar a quantidade de fiadas para 38, então teremos que passar a altura média da fiada para:
2,80m : 38 = 0,0737 = 7,37cm
Neste caso, como o tijolo em uso tem 6 cm de altura, a altura média da argamassa de assentamento será de:
7,37 – 6 = 1,37 cm.
Ao invés dos 1,5 cm previstos inicialmente.
Poderíamos também ter diminuído a quantidade de fiadas para 37, deixando a massa um pouco mais grossa, enfim, com esta continha inicial fazemos com que a última fiada da parede chegue exatamente na altura prevista em projeto.
Feito este cálculo podemos fazer a régua (ou “cantilhão”), que nada mais é do que uma régua ou sarrafo perfeitamente reto onde marcamos as 37 fiadas e colocamos perfeitamente no prumo exatamente num dos cantos principais. Fazemos outra régua e colocamos na extremidade oposta, conforme mostra a figura abaixo:
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