por Redação do Fórum da Construção
A alvenaria estrutural e o concreto armado são dois métodos de estrutura muito utilizados na construção civil brasileira e são bastante parecidos entre si.
De acordo com o professor Marcos Monteiro, do curso de Engenharia Civil do Instituto Mauá de Tecnologia, a principal diferença entre esses dois tipos de estruturas são as alvenarias.

Nas estruturas de concreto armado, as alvenarias fazem a função apenas de vedação, ou seja, não participam do sistema resistente da edificação, que é formado pelas lajes, vigas, pilares e elementos de fundação.
A norma ABNT NBR 15961 especifica os requisitos mínimos exigíveis para o projeto de estruturas de alvenaria de blocos de concreto, aplicada também à análise do desempenho estrutural de elementos de alvenaria de blocos de concreto inseridos em outros sistemas estruturais.
O projeto de uma estrutura de alvenaria deve ser elaborado adotando o sistema estrutural adequado à função desejada para a edificação e ações compatíveis e representativas; dimensionamento e verificação de todos os elementos estruturais presentes; especificação de materiais apropriados e de acordo com os dimensionamentos efetuados; procedimentos de controle para o projeto.
Vantagens e desvantagens
A grande vantagem da alvenaria estrutural é que, à medida que a edificação vai sendo construída, ela já fica protegida das intempéries, já que as alvenarias que estruturam a edificação. Os blocos de alvenaria estrutural possuem melhor qualidade dimensional e de superfície. “Isso, aliado às maiores exigências de prumo e alinhamento das paredes e à inexistência de vigas, conduz a fachadas mais regulares e de menores consumos de argamassas de regularização”, destaca Marcos Monteiro.
Com o uso da alvenaria estrutural os requadros entre estrutura e vedações são, praticamente, eliminados, conduzindo a uma maior produtividade e menores custos na execução dos revestimentos internos.
No concreto armado, as restrições de vãos e da altura da edificação são menores do que na alvenaria estrutural. “Vãos de 6 a 7 metros e edifícios com 40 a 50 pavimentos tem como solução as estruturas de concreto armado. Nas estruturas de concreto armado, as alvenarias atuam apenas como vedações”, aponta.
Assim, é possível o remanejamento das mesmas para alterações de “layout”. Além disso, os subsolos com garagens, necessariamente, devem ser executados em estruturas de concreto armado, para que se tenham apoios pontuais (pilares) e liberação de áreas para circulação e estacionamento.
Análise de custos
De acordo com o docente, os custos são influenciados por diversos fatores, que vão desde a tipologia da edificação, a adequação da mão de obra, até o processo construtivo em uso. Mas, de forma geral, dentro dos limites citados acima (vãos entre 4 a 5 metros, edifícios entre 12 e 15 pavimentos e, preferencialmente, com alvenarias chegando às fundações).
A alvenaria estrutural é extremamente competitiva, podendo chegar a reduções de custos de execução entre 10 e 15%. “Edificações onde se necessite de lajes de transição, da utilização de blocos de maiores resistências e onde se tenha aumento das regiões ‘grauteadas’ devem ser objeto de uma cuidadosa análise para que se confirme a viabilidade na utilização da alvenaria estrutural”, destaca.
Em geral, a escolha se dá a partir da análise quanto ao sistema que conduzirá a menores custos finais de execução. Daí, com relação ao aspecto custo, o sistema de alvenaria estrutural é bastante competitivo nas edificações com as seguintes características: apartamentos de baixo e médio padrão, onde a impossibilidade de remanejamento de alvenarias não deprecia o produto.
Especificações
De acordo com a norma de especificação ABNT NBR 15961-1:2011, deve-se realizar uma análise estrutural com o objetivo de garantir o equilíbrio tanto dos elementos quanto da estrutura no geral. O projeto de alvenaria deve conter os desenhos técnicos e especificações onde deve apresentar informações auxiliares para a execução de acordo com os critérios pré-definidos, conforme indicações abaixo:
-
Sistema estrutural adequado à função;
- Ações representativas e compatíveis;
- Verificação de todos os elementos;
- Uso de materiais indicados para cada situação;
- Procedimentos de controle e manutenção.
Em alguns casos, como muros e outras plantas e elevações, deve-se indicar também o posicionamento dos blocos especiais, além de detalhes de amarração das paredes, localização dos grautes e armaduras, bem como o posicionamento correto das juntas de controle de dilatação.
Fonte:mapadaobra.com.br
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