Terça-feira, 19 de Março de 2024
Em nosso artigo anterior sobre Alvenaria Estrutural citamos que você provavelmente já conhecia este sistema, talvez até já tenha morado em uma residência feita com Alvenaria Estrutural. Com efeito, antigamente era comum construir sobrados residenciais com tijolos maciços de barro. Esta técnica é bem antiga e serviu de base para todos os tipos de alvenaria, inclusive a Estrutural. Vale a pena conhecê-la.
Por definição, alvenaria é toda obra constituída de elementos como pedras naturais, tijolos ou blocos de concreto, ligados ou não por argamassa. Em nosso artigo anterior mostramos os vários tipos de elementos que podem ser usados nas alvenarias.
Quando se fala em alvenaria geralmente se pensa em paredes, mas a alvenaria também é usada em blocos de fundação, muros de arrimo e colunas, sem falar de obras estruturais como arcos e abóbadas, como se utilizava na antiguidade, ou seja, antes do concreto armado. Muitas igrejas foram construídas com alvenaria estrutural em arco estrutural e/ou arco botante e estão lá, firmes e fortes, há séculos.
Isto porque a parede de alvenaria satisfaz plenamente as condições de resistência e durabilidade por si só, desde que utilizados de forma que as cargas sobre ela sejam só de compressão, sem flexão ou cizalhamento.
No artigo anterior vimos os diferentes tipos de tijolos para alvenaria, agora vejamos a alvenaria básica, aquela feita com tijolos comum.
Fabricação do tijolo comum
A matéria prima do tijolo comum é a argila misturada com um pouco de terra arenosa. Depois de selecionada e misturada a argila é misturada com água até formar uma pasta, que é moldada em formas apropriadas que vão dar o formato ao tijolo. As formas são retiradas com a massa ainda mole, os tijolos crus são deixados a secar no sol formando o que se chama de adobe.
Uma vez atingida a dureza inicial e retirado o excesso de umidade, os tijolos são cozidos em fornos com temperatura entre 900 a 1.100ºC. As peças que ficarem mais próximas do fogo ficarão mais escuros e terão resistência física maior. A cor do tijolo varia com o tipo da argila, porém a mais encontrada é aquela que fica entre o vermelho e o amarelo.
Como saber se o tijolo é bom?
Testes mais específicos, para selecionar material em obras de responsabilidade maior, precisam ser feitos em laboratório. Mas com um pouco de experiência e algumas dicas básicas será possível fazermos um bom exame preliminar:
• O tijolo bem cozido produz um som peculiar quando batido com a colher de pedreiro. Através da sonoridade pode-se distinguir o grau de cozimento, quando mais metálico e firme for o som melhor será o tijolo.
• Outro teste para saber se o tijolo é bom é quebrá-lo e verificar seu interior. Se o meio ainda estiver meio barrento ou com cor mais escura é sinal de que o tijolo está mal cozido.
• A superfície do bom tijolo é porosa e áspera, suas arestas são vivas e duras. Quando quebrado apresenta saliências e reentrâncias.
• A absorção da água deve estar por volta de 7% do peso do tijolo, que deveria variar entre 2 a 3 kg, mas infelizmente hoje se encontra tijolos até mesmo de 1 kg...
Formato e dimensões
O tijolo comum pode ter vários formatos, atendendo a várias finalidades como paredes curvas, cantos arredondados e efeitos decorativos. Além do tradicional em formato de paralelepípedo existem os redondos e os fracionados: meio-tijolo no sentido horizontal e meio-tijolo no formato vertical. Existem também com largura de e 1/4 de tijolo, usados no revestimento de fachadas. Algumas olarias fornecem peças com meio-corte, para facilitar a separação das metades na obra, mas nada impede que se corte com uma serra elétrica ou até mesmo com a colher de pedreiro. Já também os em formato de tramela e em curva (vide ilustração ao lado)
As medidas dos tijolos seguem a chamada “Regra de Frisch” que determina que o comprimento (C) deve ser igual a duas vezes a largura (L) mais a espessura da junta (J), e também que a largura (L) seja duas vezes a altura (H) mais a espessura da junta, ou seja,
C = 2L + J
e também
L = 2H + I
Estas proporções foram pensadas para possibilitar diferentes formas de assentamento, conforme veremos a seguir. Considerando-se a junta de 1 cm conseguimos as seguintes medidas (em cm):
MEDIDAS DE TIJOLOS COMUNS SEGUNDO A REGRA DE FRISCH JUNTA DE 1 CM | ||
C (cm) | L (cm) | H (cm) |
23 | 11 | 5 |
20 | 9,5 | 4,25 |
11 | 8 | 3,5 |
MEDIDAS DE TIJOLOS COMUNS SEGUNDO A REGRA DE FRISCH JUNTA DE 1,5 CM | ||
C (cm) | L (cm) | H (cm) |
23 | 10,75 | 4,63 |
21 | 9,75 | 4,13 |
17 | 7,75 | 3,13 |
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